Navio negreiro.
De longe apita.
Trás homem, trás gente,
Trás ervas daninhas.
Trouxe vinho e água ardente.
Trouxe preconceito e sofrimento.
Trouxe samba, trouxe vida,
Capoeira bom de briga.
A cultura mora longe,
É bem longe de Portugal.
Um coloquio bem vivido
Trás magia e diversão.
Da chibata e do açoite
Vejo sempre o refrão
Uma rima mal vivida
Engasgou-se no porão.
O passado no museu,
O presente em minha casa,
O futuro vive ao lado.
Apitou agora o sino
Da indústria e da policia!
Corre o negro, minha gente,
Como pode ser vivida?
Uma vida como esta que repete a cada instante?
Vive avô, vive pai, tio, filho, irmão mulato.
Chega!
Basta!
Vassourinha!
Mande embora aquela gente
Que mete medo
E não tolera
Vive solto e sem hospício!
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